sábado, 25 de agosto de 2012

O molequinho chato, dono da bola!

Lá, nos tempos da infância, um dos passatempos favoritos da garotada masculina era o futebol!
Para mim, nem tanto. Eu era mais afeito à leitura. "Rato de biblioteca", cada folga que tinha era consumida com livros de Monteiro Lobato, Malba Tahan, Senhora Leandro Dupré e outros autores de obras infanto-juvenis. Ou mesmo com os gostosos e inocentes gibis de então.
Os demais garotos, porém, corriam para os campinhos improvisados e dá-lhe futebol!
Normalmente havia um, entre todos, que tinha o privilégio de possuir o bem mais valioso: A BOLA!
Era, portanto, além de dono da bola, dono do jogo: escolhia os que iam jogar, com quem e contra quem jogar, as posições, lados de campo e por aí afora...
Dificilmente era um "escurinho": pretinho ou mulato. Era sempre um branquinho...
Quando, por qualquer razão, era contrariado, punha a bola de baixo do braço e ameaça ir para casa... Era o caos! O perigo iminente do fim da brincadeira!
Pois é, nesta semana, alguém disse que se as coisas no julgamento dos réus do Mensalão (que, dizem, NÃO EXISTIU...) não andassem como ele - Revisor, "dono da bola" - queria, isto é, que lhe fosse concedida a tréplica sobre a réplica do ministro Relator Joaquim Barbosa, ele iria embora...!
Não sei porque, mas lembrei-me do molequinho chato dono da bola, de meus tempos de infância.
Só que lá era uma brincadeira. Tratava-se de uma bola (aqui, ao que parece, são muitas "bolas"!). Éramos todos crianças. E ele - o pivô de nosso caso - era apenas um moleque!
Mas que dá para estabelecer relações de comparação, isso dá.
Até porque o senhor ministro Relator é "a bola da vez"!

domingo, 19 de agosto de 2012

Tomada. Pior que a da Bastilha, só a de Brasília!

Em 1789, o dia 14 de julho assinalou a Tomada da Bastilha, fato que deu início ao período de terror que se instalou na França. Foi a revolta da plebe, que sofria havia séculos privações, miséria e humilhação. Dá uma ideia dessa situação, a  frase que teria sido proferida Maria Antonieta (1755 - 1792) quando lhe disseram que o povo não tinha pão para comer: "Que comam brioches"!
E o que tem isso a ver com Brasília?
Bem, cá - na "ilha da fantasia" - a bastilha continua firme. Embora tenha sido erguido um cadafalso (no nosso caso, mais para falso), para levar à guilhotina (instaurada, na França, por sugestão do médico Joseph-Ignace Guillotin) alguns "nobres" envolvidos até o pescoço no mensalão.
Mas não é sobre mensalão que vou falar. Até porque, segundo os referidos envolvidos, ele nunca existiu...!
O tema é a TOMADA DE BRASÍLIA!
Aproximam-se momentos em que teremos, no Brasil, notáveis eventos de natureza mundial: a Copa das Confederações em 2013; a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Para aqui, virão pessoas de todas as partes da terra. E trarão suas parafernálias elétricas e eletrônicas, para conectá-las à nossa fonte elétrica... e as tomadas que encontrarão serão unicamente aquelas coisinhas horrorosas de três pinos, determinadas por Brasília!
Unicamente, mesmo, porque são ÚNICAS no planeta!
Usam-se hoje, na face da terra, sete outros padrões de tomada: o modelo australiano, usado em 15 países; o paquistanês, em 39; o inglês, em 41; o americano, em 46; o europeu, em 104, e também o chamado padrão universal, adotado pela maioria.
E então, tchan, tchan, tchan, tchan! como diria Camões: "um novo valor mais alto se alevanta": o extraordinário, admirável, maravilhoso, inigualável e inovador padrão brasileiro de três pinos!
Os estrangeiros poderão trazer os adaptadores que quiserem - e que usam em outras plagas - que isso, aqui, de nada lhes valerá . Terão que comprar os nossos... ou fazer gambiarra!
Cá entre nós, isso nos remete a um passado não muito distante em que Brasília impôs a todos que tivessem carro, o magnífico e indispensável "kit de primeiros socorros", sob pena de pesadas sanções? Por falar nisso, por onde anda ele agora?
Pois é, se na Tomada da Bastilha muitas cabeças rolaram, aqui, na Tomada de Brasília, muitas cabeças enrolarão! Quem viver, verá!



domingo, 12 de agosto de 2012

O EXTRA E O DIREITO DO CONSUMIDOR...

O Extra Supermercados da Avenida Ana Costa, em Santos, é imenso. Suas gôndolas, prateleiras e estantes têm de tudo: de televisores a pães e bolos; de computadores a abobrinha...(principalmente abobrinha...).

Entretanto... a qualidade operacional de seus funcionários não corresponde a essa grandiosidade... A impressão que passam é a de que não recebem qualquer treinamento. É como se fossem "pegos a laço" e postos, de imediato, a trabalhar. Tentei algumas vezes comprar lá e, em todas elas, frustrei-me. Não fiquei satisfeito: informações incorretas ou desencontradas, atitudes de desinteresse, atendimento relapso ou negligente e acima de tudo, para nós - paulistanos - uma lerdeza de doer na alma! Em razão disso, as filas se agigantam em todas as muitas (e mal operadas) caixas!

E aí, como justo castigo por seu descaso, ocorre-lhe uma consequência danosa: um equipamento de jogo eletrônico é anunciado por R$ 279,00, quando seu valor normal é quase quatro vezes isso!
Não se sabe se outros, mas estes seis jovens vão em busca do produto: Sueli Silva Ribeiro; Luís Eduardo; Felipe Ferreira; Júlio Machado; Leandro José Ruivo Alves e Bruno Fernandes. Vão e "quebram a cara": o aparelho só poderia ser adquirido se desembolsassem quase R$ 1.000,00!
Inconformados, dirigem-se à delegacia de polícia e formalizam queixa, mostrando-nos a atitude que todo consumidor, ao se sentir prejudicado, deve tomar. Afinal, há remédio jurídico eficaz para isso!

Então, vem a empresa a público e admite: "O Extra se desculpa pela falha na precificação da oferta do Xbox 360 250 GB anunciado por R$ 279,00, sendo que o valor correto do produto é R$ 999,00. O fato configura erro grosseiro nos termos da legislação de consumo e para esclarecimento aos consumidores, a rede instalou cartazes, orientou seus colaboradores para prestarem as orientações necessárias e providenciou errata com o valor correto da oferta. A rede informa ainda que revisou seus processos internos para que o fato não volte a ocorrer". (Agora, né? quando doeu no bolso...!).

Isso, porém, não encerra a questão. O próprio Procon declarou que a atitude não resolve o problema. De fato, nos termos da lei 8078, de 11/09/1990 - Código de Defesa do Consumidor - uma vez anunciado, o preço tem de ser respeitado. O fornecedor é obrigado a entregar o produto pelo valor que anunciou!

Amargar uma perda de R$ 720,00 por unidade ou de R$ 4.320,00 pelas seis, é um problema da rede. É uma lição, até barata, que, se assimilada, poderá evitar estragos maiores. A realidade que não pode ser desprezada pelo Extra é que, no mundo dos negócios, só há dois tipos possíveis de prejuízo: o prejuízo financeiro - que o dinheiro paga - e o prejuízo moral que, como lembra anúncio de certo cartão de crédito:   "não tem preço"!


sábado, 4 de agosto de 2012

Licitude, Moral e Ética...e o ministro Toffoli

Ministro do Supremo Tribunal Federal, é lícito ao dr. José Antônio Dias Toffoli julgar os casos submetidos à apreciação da suprema corte de justiça do país. Para isso, ele - desde 23.10. 2009 - encontra-se lá.
Há que se considerar, porém, que entre os pressupostos naturais que devem balizar a ação judicante, figuram como indispensáveis: a isenção, a imparcialidade, a independência e a insuspeição.
Precisamente esse último fator, a insuspeição, vai além do mero aspecto jurídico-formal da licitude, e faz lembrar a antiga expressão "Não basta à mulher de César ser honesta; ela precisa parecer honesta"!
Será moral  - e parecerá honesto - que entre os julgadores dos envolvidos no processo do mensalão esteja alguém que até bem pouco tempo - 2009 - convivia com eles ou os servia como seu defensor? Que nível de isenção e imparcialidade pode-se esperar daí?
Historicamente, quando o Estado Democrático e Republicano conferiu ao Judiciário a atribuição de  julgar os conflitos de interesse, ele o fez para que reinasse absoluta imparcialidade entre as partes, de modo a prevalecer insuspeita a função da Justiça: "Suum cuique tribuere" - "dar a cada um o que é seu"!   
Para isso e por isso, o poder judicante ocupa uma posição central, equidistante das partes em litígio!
No aspecto ético, como se sentirá o ministro Toffoli (nascido no dia da proclamação da República: 15 de novembro) diante de si mesmo - em seu íntimo - perante o tribunal de sua própria consciência?
Em passado recente,  o ministro Marco Aurélio Mello considerou-se impedido de participar do julgamento do então presidente Collor de Mello, por ser seu primo em quarto grau. A lei estabelece vínculo de suspeição só até o terceiro grau... 
Referindo-se a Dias Toffoli,  diz o senador Pedro Taques (PDT MT) "ele não reúne condições mínimas para julgar com isenção". ... "Cabe, então, a S. Exª. o respeitável ministro Dias Toffoli, cumprir seu juramento de zelar pelas Constituição e declarar-se suspeito e impedido para participar desse julgamento".
A essa altura, é oportuno recordar as palavras de São Paulo: "Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova". (Romanos 14:22).

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A brutal violência dos jovens assassinos. Qual a causa?

A chacina praticada por James Holmes - de 24 anos de idade - que provocou a morte 12 pessoas e feriu perto de 60 outras, soma-se, infelizmente, a outros tantos  casos ocorridos nos últimos tempos.
Em 17 de janeiro de 1989, em uma escola de Stockton, na Califórnia, um rapaz, também de 24 anos, abre  disparos de metralhadora, mata cinco e fere mais de trinta pessoas. Depois, suicida-se.
Em 6 de dezembro do mesmo ano, na Escola Politécnica de Montreal, Canadá, um jovem de 25 anos mata 13 estudantes e uma secretária, além de ferir 13 outras pessoas, para, em seguida, tirar a própria vida.
Em 1° de dezembro de 1997, em Paducah, Kentuky, Estados Unidos, um adolescente de  apenas 14 anos mata três colegas e fere mais cinco.
Em 24 de março de 1998, dois garotos de 12 anos (!) disparam contra alunos e professores, levando à morte quatro meninas e uma professora, em Arkansas, EUA.
Em 20 de setembro de 1999, dá-se o tristemente célebre caso do colégio Columbine, em Littleton, no Colorado, em que dois jovens de 17 e 18 anos, armados com dois revólveres e mais de 30 bombas artesanais, matam 12 colegas, um professor e a si próprios.
Em 26 de abril de 2002, em Turinge, Alemanha, foi a vez de um jovem de19 anos acabar com a vida de 13 professores, dois alunos e um policial, além de sua própria.
Na Argentina, em uma escola da província de Buenos Aires, um menino de 15 anos, usando a arma do pai, policial, mata três alunos e fere cinco, fato ocorrido em 28 de setembro de 2004.
No Brasil, dois eventos  - semelhantes a esses - deixaram marcas profundas. Em 3 de novembro de 1999, quando o estudante de medicina Mateus da Costa Meira, de 24 anos, disparou sua  metralhadora contra a plateia de um cinema do Shopping Morumbi, disso resultando três pessoas mortas e cinco feridas. O outro ataque, mais recente, foi praticado em 7 de abril de 2011, na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, Rio de Janeiro, por Wellington Menezes de Oliveira, que vitimou dez crianças.

Por que isso tem acontecido em várias partes do mundo?

Pode-se supor que seja consequência direta da mudança do estilo de vida da juventude desta "era da tecnologia"!
Em passado recente, as diversões eram pelada, pique, pião, bolinha de gude, pega-pega, queimada e por aí afora. O mais interessante é que todas essas brincadeiras envolviam seres humanos e transcorriam interativamente, em franca convivência pessoal: eram pessoas brincando com pessoas.  Às vezes, saía uma briguinha, um "arranca-rabo" qualquer que, após troca de bofetadas, pontapés e socos, ficava por isso mesmo e os brigões logo voltavam às boas! Armas? Nem pensar!
O ingresso da civilização humana no mundo eletrônico trouxe uma cruel modificação. A partir de então, adolescentes e jovens passaram a fechar-se cada vez mais em seus quartos, abandonando as brincadeiras de grupo e privilegiando os jogos eletrônicos individuais, brincando com equipamentos, máquinas frias e insensíveis: objetos! Sem alma, sem espírito, sem calor humano! Acresça-se a isso o fato de os folguedos inocentes doutrora terem sido substituídos por jogos violentos, que simulam guerras, agressões, destruição ou - como se denominam alguns deles - "jogos mortais"!
Em algumas mentes mais débeis e em formação, realidade e ficção se fundem e confundem os papéis.
Aliás,no caso de Mateus Meira - especificamente - há grande semelhança entre o que ele fez e um de seus jogos preferidos o "Game Duke Nukem".

O que fazer?

Mais do que nunca, pais e responsáveis devem estar atentos. Como lembra Salomão "O rapaz entregue a  si mesmo envergonha sua mãe"! (Provérbios 29: 15b).