domingo, 26 de janeiro de 2014

FOGO NOS ÔNIBUS... TIRO NO PÉ!

A frase "dar um tiro no pé" é usada para expressar uma ação, geralmente violenta e impensada, que acaba por ferir seu próprio autor.
Na "moda" atual de incendiar ônibus "por da cá aquela palha", a expressão assenta como uma luva: o fogo nos ônibus é tiro no pé, na medida em que dificulta a movimentação das mesmas pessoas que o ateiam, numa verdadeira negação da lógica!
Em muitos dos casos - principalmente nos primeiros - a razão alegada para esse ato insano era a falta de ônibus. Aí, incendiavam alguns coletivos... e ficavam com menos ônibus ainda!
De lá para cá, os pretextos mudaram, mas a estúpida e violenta reação continua a ser igual. Na maioria dos novos casos, o motivo foi a revolta pelas perdas e danos provocados pelas enchentes.
Temos que convir que cabe "ira santa" a quem lutou para conseguir alguns bens - veículos, móveis, eletrodomésticos etc - e os vê destruídos. E não pela violência das águas, mas pela ineficácia dos órgãos públicos aos quais compete prevenir e resolver o problema. Afinal, não é preciso ter bola de cristal (existem equipamentos meteorológicos e os registros de anos anteriores...) para saber que, inexoravelmente, vai ocorrer o que ocorre TODOS OS ANOS nesse período! Não há como as autoridades (ir) responsáveis alegarem ter sido "pegas de surpresa". (A menos que recorramos à graça do falecido humorista português Raul Solnado que, em sua pantomima "A guerra", ligava para o inimigo para avisar que iriam atacá-lo no sábado, às 10 horas da manhã, de surpresa!)
A triste verdade é que só neste ano, até o dia 22 de janeiro, 21 ônibus municipais foram queimados! Isso se traduz em um prejuízo financeiro da ordem de 8,5 milhões de reais! E aí vem a pergunta: em que isso resolve a questão dos - justamente revoltados - usuários desse meio de transporte?
Muito pior, porém, e sem quaisquer paralelos, foi o ocorrido no início do mês no Maranhão. Ana Clara Santos Souza, uma inocente e doce menina de apenas SEIS ANOS, viu-se presa no ônibus estúpida e selvagemente incendiado a mando de bandidos de dentro das prisões daquele estado e teve 95% de seu corpo queimado! Isso se deu no dia 3, uma trágica sexta-feira e ela veio a falecer na segunda-feira, dia 6.
Por tudo isso, é tempo de se pôr fim a esse deplorável estado de coisas. O meio ideal seria pela conscientização das pessoas, não ateando nem permitindo que ateiem fogo nos coletivos. Outro recurso é o aumento da presença do policiamento ostensivo nos pontos críticos - já plotados e identificados - e o terceiro é o endurecimento das medidas punitivas a serem aplicadas àqueles que agem bestialmente!
O inadmissível é que a sociedade - em sua imensa maioria, ordeira e pacata - fique refém de um grupelho de seres irracionais e mal intencionados. Afinal, no aniversário de nossa cidade, importa lembrar o dístico do brasão de São Paulo: "NON DUCOR, DUCO" = "NÃO SOU CONDUZIDO, CONDUZO"!


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PARADOXOS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

Mais do que em qualquer outra circunstância, vale, para definir a situação atual de nosso sistema carcerário,  a desgastada expressão "Seria cômico se não fosse trágico".
A começar pelos números - e contra números não há argumentos - que são surrealistas: o país tem algo ao redor de 550 mil presos. Em quantidades absolutas, só perdemos para quatro países: Estados Unidos, com 2,2 milhões; China, com 1 milhão e 600 mil e Rússia, com 740.000.
Só que,  no nosso caso, esses 550.000 indivíduos estão encarcerados em 310.000 vagas! 240.000 acima da capacidade das prisões, o que transforma muitas delas em verdadeiro barril de pólvora - com o estopim aceso! E o ocorrido no Maranhão, em dias recentes, escancara essa triste realidade.
A coisa, entretanto, não para por aí. Há cerca de 350.000 mandados de prisão para serem cumpridos, representando novo e maior paradoxo: se forem cumpridos os mandados, não haverá onde colocar os novos prisioneiros (a menos que se lance uma campanha: "leve um preso para casa"!). Por outro lado, não sendo levada a cabo a ordem de prisão, todo o complexo judiciário-policial estaria funcionando em vão, por absoluta falta de eficácia...
Impõe-se observar, entretanto, que o Conselho Nacional de Justiça, na revisão que realizou em 2009, concluiu e anunciou - por absurdo que possa parecer -, que um em cada cinco presos provisoriamente estava irregularmente encarcerado!
Na sequência, há que se recorrer a uma nova cifra, esta referente aos processos-crime em andamento, que deverão converter-se em novas condenações e em mais mandados de prisão! Devem girar em torno 300.000. Se admitida a possibilidade de  eventuais sobreposições, isto é: pessoas já condenadas sendo objeto de novos processos, esse número poderia baixar para uns 150.000.
Esse contingente todo - 550.000 + 300.000 + 150.000 -  soma 1 milhão. Este seria o total de malfeitores conhecidos, entre já presos, com mandado de prisão expedido e aqueles com processo em andamento. Considerando-se a eventualidade de haver outro tanto de bandidos agindo no anonimato, ainda não identificados, esse número atingiria hipotéticos 2 milhões!
Ora, isso equivale, praticamente, a 1% da população do Brasil!  E aqui surge mais um incrível paradoxo: 1% dos habitantes do país colocam em constante pavor os restantes 99%!!!
A esta altura, algumas conclusões são obrigatórias. A primeira delas é quanto às prioridades sociais: a preocupação dos governos tem sido punir. Por isso, constroem cada vez mais presídios. Deveria ser educar e, para tanto, construir mais escolas e - principalmente - dar melhores condições aos educadores. 950 anos antes de Cristo, disse o sábio Salomão: "Instrui o menino no caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele". Quatrocentos e cinquenta anos depois, ensinava o filósofo Pitágoras: "Se educarmos a criança, não precisaremos punir o adulto".
A segunda conclusão é quanto à passiva inação da sociedade, que lembra a frase de Martin Luther King: "O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons". Reconhecendo esse fenômeno, lancei este repto em minha campanha, em 2006: "Os maus se juntam e cometem toda espécie de males. É TEMPO DE UNIR OS BONS PARA A PRÁTICA CONJUNTA DO BEM!"




sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ANO NOVO... ÂNIMO NOVO!

A singela mensagem de Ano Novo que postei no Facebook gerou tantas e tão amáveis manifestações, que resolvi reproduzi-la, ipsis litteris, como post neste blog! Portanto, aí vai:

Um novo ciclo começa.
2014 chega com promessas, possibilidades, oportunidades, lutas e ameaças...
Esse conjunto aparentemente conflituoso e inconciliável é a própria essência da Vida e do Universo!
Assim como a noite sucede o dia; o inverno, o verão; o outono, a primavera, também a tristeza ocupa um espaço ao lado da alegria; a dor, junto ao prazer; a lágrima, ao lado do riso. E até mesmo o que chamamos de Morte vem suceder a Vida! (Na verdade, não é morte, mas passagem de uma para outra página da mesma e intérmina VIDA. Como definem os franceses: "Elle (a morte) est la nuit de cet jour inquiet qu'on apelle vie" - "Ela é a noite desse dia inquieto que se chama vida").
Por isso, é importante termos em mente que nos alegraremos e nos entristeceremos; riremos e choraremos; passaremos por prazer e por dor, "mas em todas essas coisas, somos mais do que vencedores por aquele que nos amou", pois "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus"  porque "se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 8, versículos 37, 28 e 31).

FELIZ, VENTUROSO E ABENÇOADO 2014 SÃO MEUS VOTOS A TODOS!