segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

NATAL: A HISTÓRIA E A ESSÊNCIA

A cada 25 de dezembro, engalanada e festiva, a humanidade comemora mais um aniversário do nascimento de Jesus, ocorrido em Belém, no primeiro dia de nossa era - o 1° a.D. (anno Domini).

Entretanto...

- Estudos e levantamentos cronológicos contestam a época do nascimento de Cristo, que não se teria dado no ano em que consideramos o primeiro, mas sim entre quatro a seis anos antes.
- Igualmente o mês não teria sido dezembro, auge do inverno na Palestina, marcado por frio tão intenso que, à noite, os pastores recolhem suas ovelhas aos apriscos - abrigos cobertos e fechados - para resguardá-las do rigor invernal. Assim sendo, não teria sido possível estarem os pastores no campo, com seus rebanhos, quando os anjos anunciaram que "na cidade de Davi, nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor", como narra o evangelista Lucas. É provável, isso sim, que o evento tenha ocorrido entre fevereiro e abril.
- O dia, por outro lado, não teria qualquer ligação com o citado dia 25. Essa data teria sido fixada já muito posteriormente, e por influência do sincretismo religioso, que sugeriu hábitos e festividades pagãos ao incipiente Cristianismo. Ora, 25 de dezembro era a data consagrada pelo culto pagão ao deus Sol, e como Cristo prefigurava a aurora de uma nova era, de uma nova vida, passou a ter essa representação.

A conclusão é que não há registros históricos indiscutíveis a respeito do ano, do mês e do dia do nascimento de Jesus. E isso, que pode parecer um despropósito, é, antes, como que um propósito de Deus, o Grande Criador dos Mundos.
Não quer ele que nos ocupemos ou nos preocupemos com detalhes históricos ou geográficos, todos de importância menor.
O importante, realmente, o certo e indiscutível, é o fato espiritual; CRISTO NASCEU!
Nasceu e revolucionou o mundo, a História e os conceitos humanos! Nasceu e trouxe consigo a Redenção, a Religião (religação entre criatura e Criador) e o Evangelho (Ev Angelós), a Boa Nova entoada pelos anjos naquela noite de Belém, e repetido hoje em todo o mundo:

                  "Glória a Deus nas alturas; paz na 
                 terra e boa-vontade entre os homens"!

domingo, 21 de dezembro de 2014

TRÊS FRASES E DUAS ÉPOCAS

"Pode uma mãe esquecer-se tanto de seu filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? mas ainda que esta se esquecesse, eu todavia, não me esquecerei de ti." 
A frase é de Isaías, profeta que teve sua existência assinalada entre os anos 765 a 681 a.C. Está registrada em seu livro, no versículo 15 do capítulo 49. Nela, ele busca estabelecer um parâmetro para a grandiosidade do amor de Deus para com os homens.

Davi, o rei-poeta, que viveu alguns séculos antes - entre 1040 e 970 a. C. - também procura uma figura  para demonstrar o amor divino e diz, no Salmo 103, versículo 13: "Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem."

Essas duas frases do Velho Testamento convergem para uma mesma conclusão: entre nós, humanos, o amor dos pais para com os filhos é tão intenso que se aproxima do amor de Deus! Quem é pai ou mãe sabe quanto de atenção, cuidado e carinho dedicamos aos nossos filhos desde antes de eles nascerem e por toda nossa vida!
Meu amigo e padrinho, o sensível poeta, escritor, radialista e jornalista Gióia Jr. - que já se encontra na vida espiritual - colocou no poema "A Oração da Maçaneta" toda essa intensa preocupação com que acompanhamos cada momento da vida de nossos rebentos. Eis alguns de seus trechos:

"Não há mais bela música
que o ruído da maçaneta da porta
quando meu filho volta para casa.
Volta da rua, da vasta noite
da madrugada de estranhas vozes,
e o ruído da maçaneta
e o gemer do trinco,
o bater da porta que novamente se fecha,
o tilintar inconfundível do molho de chaves
são um doce acalanto
uma suave cantiga de ninar.
Só assim fecho os olhos,
posso afinal dormir e descansar..."

Entretanto, há poucos dias - e em apenas uma semana - DUAS CRIANÇAS, de dois anos para menos, foram levadas à morte por SEUS PRÓPRIOS PAIS!
Não porque eles tivessem essa intenção, mas por absurdo ESQUECIMENTO!
Em São Bernardo do Campo, Rodrigo Machado deixou sua filha Marina, de dois anos, trancada dentro de seu carro por quase cinco horas, sem o perceber, a não ser quando foi buscá-la na creche!
Em Belo Horizonte, foi uma mãe, Renata Ferreira, quem esqueceu a pequena Clarisse, de apenas um ano e onze meses, também trancada no veículo. De igual forma, só foi se dar conta disso cerca de 5 horas depois, quando foi pegá-la na creche e lhe disseram que ela não a havia deixado lá!

Por que coisas assim acontecem?

Jesus diz, no evangelho de Mateus, capítulo 24, versículo 12: "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará".

Iniquidade é outra palavra para desigualdade. A desigualdade social no Brasil é um mal crítico, agudo, crônico e crescente! As estatísticas mostram que vivemos um paradoxo cruel: enquanto poucos têm muito - e ganham cada vez mais -, muitos têm tão pouco, que são forçados a trabalhar cada vez mais para ganhar seu sustento!
Isso levou a mulher a deixar sua missão precípua de cuidar dos filhos e vir para o mercado de trabalho, para ajudar na economia doméstica.
Por outro lado, o profissional de classe média se vê sob sufocante pressão, o que faz com que sua atenção se fixe e se concentre no trabalho, deixando em segundo plano a família, o lazer, o descanso. Esse estresse constante traz desequilíbrio à sua mente e ao seu comportamento, gerando consequências tais como as aqui apontadas.

A vida desses dois infelizes pais,  Rodrigo e Renata, nunca mais será a mesma. Perder um filho é uma dor insanável. Se isso ocorre na primeira infância - quando as primeiras graças começam a despontar no rostinho inocente das crianças - a dor se torna imensurável. Quando porém, por qualquer razão, a desgraça decorre de ação ou omissão dos pais, o que se tem é um horrível e intérmino pesadelo!