segunda-feira, 22 de julho de 2013

O BRASIL TEM COPACABANA! MAS...TERÁ COPA BACANA?

A preocupação existe.
Já há bastante tempo, o deputado federal e ex-jogador da Seleção Brasileira  Romário - aquele mesmo que disse: "O Pelé calado é um poeta!" - "botou a boca no trombone" afirmando, com todas as letras, que a Copa não será bem sucedida no Brasil. E que, além disso, será pretexto para desvios de dinheiro público em razão de obras emergenciais que surgirão e serão contratadas sem os trâmites nromais.

Agora é Joseph Blatter, o poderoso manda-chuva da FIFA, quem declara: "... talvez nós tenhamos que questionar se tomamos a decisão errada de entregar ao Brasil o direito de ser sede."
Também o que "a voz das ruas" disse nas manifestações populares há de ser considerado. Faixas, cartazes e palavras de ordem deixaram claro que essa não é a prioridade desejada pela população, que reclama de pesada carência e defasagem em saúde, segurança, transporte, moradia e salário! Embora tenha havido quem dissesse que "com hospitais não se faz Copa"! (E a resposta adequada seria: então façamos hospitais e não façamos Copa!!!).

O que também tem que ser levando em consideração é a perigosa e custosa "herança maldita" do evento!
Estádios construídos a peso de ouro - em cidades e estados que sequer têm time de futebol - como ficarão após a Copa? Às moscas! O problema maior, porém, não é nem esse de ficar sem uso. É o elevado custo de manutenção que tal sede gerará!
O problema final, a triste desgraça anunciada, é que teremos no pós-Copa, a vagar pelo vasto território brasileiro as mais numerosa e mais onerosa manada de elefantes brancos do mundo! "Como nunca antes na história deste país"!

domingo, 14 de julho de 2013

O BEDUÍNO, SEU CAMELO E OS MÉDICOS DO BRASIL

Uma lenda árabe - talvez narrada pelo grande Malba Tahan - fala de um beduíno que, ao cair da noite, interrompe sua viagem pelo deserto, arma sua tenda e prepara-se para dormir. É quando seu camelo lhe diz:
- Perdoe, meu senhor, mas preciso fazer-lhe um pedido: transportei-o durante todo o dia sob o sol escaldante do deserto e farei o mesmo amanhã. Porém, não tenho como e onde proteger minha cabeça do frio sereno da noite. Posso resguardá-la sob sua tenda?
- Sim, é justo que o faça, já que não dispomos de estrutura suficiente para dar a proteção que merece!
Então o camelo coloca ali sua cabeça. Logo depois, porém, volta-se para o beduíno:
- Senhor, perdoe-me de novo, mas tenho a garganta muito sensível e se meu pescoço não for protegido desse frio, não terei como trabalhar bem amanhã. Posso pô-lo também dentro de sua tenda?
- Certamente que sim. Se não há outros meios de prevenir sua saúde, pode abrigar aqui seu pescoço.
Assim fez o camelo. O bom beduíno já estava quase dormindo quando de novo ouve a voz de sua montaria:
- Bem, senhor, ocorre que também minhas corcovas precisam de cuidados, pois terão que transportá-lo e toda sua carga amanhã. Posso colocá-las dentro de sua tenda?
- Não há como negar pela falta de outros meios! Ponha-as também sob a lona da tenda e vamos descansar!
Mas não demora muito para que o camelo intervenha uma vez mais:
- Senhor, é que agora só falta um  pouquinho de nada para eu ficar inteiramente resguardado do frio da noite... posso abrigar o resto de meu corpo?
- Sim, camelo, sim. Protegê-lo por completo é um dever que tenho que reconhecer. Faça como me pediu, mas vamos dormir, que logo mais amanhecerá!
E assim mal acomodado, sem conforto, espremido em um espaço que outrora lhe era confortável, o cansado e paciente beduíno  começa a conciliar o sono. Mas de novo a mesma insistente voz se faz ouvir:
- Lamento, mas este espaço é insuficiente. Não dá para nós dois! O senhor vai ter que dormir lá fora!!!

"E assim termina o conto. É aqui que bate o ponto"!

E OS MÉDICOS DO BRASIL?

Bem, que se cuidem: o camelo já conseguiu pôr a cabeça e o pescoço dentro de sua tenda...!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

DICAS DE COMUNICAÇÃO: O VALOR DAS FIGURAS DE ESTILO

Imagine que você tenha que ler um livro e que você o encontre em três versões: uma só com letras; outra    com letras e alguns gráficos e uma terceira com  letras, gráficos e ilustrações. Qual delas você preferiria?
Claro que a terceira, com figuras. Por algumas razões: a primeira delas, porque as ilustrações tornam mais agradável a leitura. A segunda, porque elas servem de intervalo entre os textos, permitindo certo relaxamento visual e mental. A terceira, porque as ilustrações facilitam a compreensão e assimilação da mensagem. Não é sem razão que a sabedoria oriental afirma: "Uma figura vale mais que mil palavras"!

Jesus usava um tipo especial de figura: as parábolas. E o resultado todos podem comprovar, sejam ou não cristãos: seus ensinamento permanecem válidos, lembrados e citados até hoje - mais de 2.000 anos após  terem sido proferidos! Para cada ponto-chave de seu Evangelho, ele usava uma figura. Foi assim que transmitiu, para pessoas humildes e iletradas, os ensinamentos espirituais mais profundos. O capítulo 13 do Evangelho de Mateus traz a narração de várias delas: A Parábola do Semeador; do Trigo e do Joio; do Grão de Mostarda; do Fermento; do Tesouro Escondido; da Pérola e a da Rede. Após tê-las contado ao grupo de seguidores e discípulos que haviam se ajuntado para ouvi-lo, perguntou-lhes: "Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor".

Outros comunicadores do passado também usaram alegorias como forma eficaz de comunicar ensinamentos . Esopo (+ 620-560 a.C.) e La Fontaine (1621-1695), por exemplo, valiam-se de um estilo de figura muito apreciada por crianças e adultos: a Fábula. Nas entrelinhas da historinha inocente achavam-se presentes lições preciosas de sabedoria, ética, moral etc. "A Cigarra e a Formiga"; "O Coelho e a Tartaruga"; "A Raposa e as Uvas"; "O Leão e o Rato" e centenas de outras agradáveis narrativas simbólicas ganharam o mundo, a partir da Grécia - terra de Esopo - e da França, de La Fontaine.

Nosso Curso de Oratória Moderna destaca a importância desse valioso recurso retórico: "As figuras fazem o mesmo que as janelas em um prédio: sem elas o ambiente fica soturno, escuro. Elas trazem claridade e ventilação ao ambiente!", insistimos, estimulando os participantes a inseri-las - oportuna e inteligentemente - em suas mensagens!

Isso porque a figura, como ensina o próprio Jean de La Fontaine, "é uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato".


terça-feira, 9 de julho de 2013

DICAS DE COMUNICAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO FIM!

"Finis opus coronat" : "o fim coroa a obra", diziam os latinos, mostrando quão importante é essa parte da mensagem, em qualquer comunicação. Por isso que, em Oratória, ela se chama "Chave de ouro"!
Quando o hábil e inteligente comunicador conclui sua fala dessa forma, o aplauso é certo e caloroso. Se tiver cometido alguma falha ao longo do discurso, a vibrante salva de palmas apagará  e pagará tudo...
Por outro lado, se ele não souber dar o fecho correto, todo o valor do que foi dito nas partes anteriores - início e meio - irá por água abaixo!
Por que o fim é tão importante?
Precisamente porque é O FIM!
Porque em todas as coisas e situações cria-se grande expectativa em relação a ele. Onde está, por exemplo, a graça de uma piada? O ponto alto de um romance, de uma história, de uma novela? No FIM!
Tanto isso é certo que a Globo coloca o último ato de todas as suas novelas na sexta-feira... e o repete no sábado! Aparentemente uma incoerência, um "tiro no pé"! Ela sabe que o sábado todo é "horário nobre", disputado com unhas e dentes por todas as emissoras. Pela lógica, os telespectadores, que já viram essas cenas na sexta-feira, não quereriam revê-las no sábado e se bandeariam (sem nenhuma alusão à Band...) para outros canais... só que não é o que acontece! Por incrível que pareça, querem "curtir" um pouco mais o quê? O FIM!
Em comunicação negocial, o bom profissional deixa seu argumento mais forte para o final, que em vendas se chama tecnicamente "Fechamento" e, popularmente, "Malho final"!
Em razão disso, em Oratória o FIM tem de merecer especial atenção. O Método J. B. Oliveira de Comunicação Integral diz: "Antes de proferir a primeira palavra, determine e fixe qual será a última".
Como ensina o sábio Salomão, em Eclesiastes: "Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas"!
A verdade é que se "A primeira impressão é a que marca", "A última impressão é a que fica"!
Para que o FIM traga os resultados desejados - especialmente o aplauso consagrador ou o fechamento de uma venda - existem meios inteligentes, racionais e eficazes. São estratégias, táticas e dicas que os bons professores e os bons cursos de oratória transmitem aos seus alunos. E funcionam!


sábado, 6 de julho de 2013

ORATÓRIA. PARA QUE E PARA QUEM SERVE?

Antes de sabermos PARA QUE e PARA QUEM serve a Oratória, convém saber  O QUE É Oratória.
Para muitos, é "a arte de falar em público". Nesse caso, serviria apenas para políticos, candidatos a cargos eletivos e pregadores...
Mas, será que Oratória é isso? Ou só isso?
Afinal, o que é Oratória?
Etimologicamente, ORAtória vem de OS, ORIS, que significa BOCA no Latim erudito. A origem mais próxima da palavra é a forma ORIS, do genitivo singular, que se traduz por "DA BOCA". 
Pronto! Está aí o sentido preciso de ORATÓRIA: toda comunicação que vem DA BOCA, isto é, toda comunicação FALADA!
Logo, mesmo uma conversa informal, ou um bate-papo, ou uma "prosa" descompromissada, é Oratória!
E PARA QUE serve?
Serve para permitir que as pessoas - em quaisquer circunstâncias - expressem seus pensamentos, sentimentos, ideias e ideais de forma clara, precisa, atingindo não apenas os ouvidos, mas também a mente e a alma dos ouvintes. Serve mais: para dar às pessoas a confiança necessária para sair da timidez, da inibição, do medo de falar e da humilhante mudez, através do domínio de técnicas e fórmulas.
E na prática, funciona?
Vejamos este caso real.
Em dezembro de 2001, anunciei em meu programa "O Poder da Palavra" (Rádio Mundial FM 95,7; AM 660, domingos, às 17h30) a realização de um Curso de Oratória Moderna. Por solicitação do amigo Leôncio de Arruda - que hoje se encontra "no andar de cima" - o curso marcou a inauguração do auditório de sua empresa, no centro da cidade. 
Fez parte da turma uma jovem senhora, bastante tímida e retraída que, ao encerramento, veio falar comigo. Era dona de casa e mãe de três crianças: Camila, Guilherme e Marina. Disse que o curso havia lhe dado técnicas e coragem para se comunicar. Que isso lhe permitiria falar nas reuniões de pais e mestres da escola de seus filhos e também em outros ambientes em que, até então, ficara muda, embora querendo falar!
Encantada por ter descoberto o universo da comunicação, fez alguns outros cursos conosco - Nível II de Oratória, Programação Neurolinguística, O Poder da Palavra - e então, encantada por ter descoberto um novo mundo, o mundo da comunicação, decidiu retomar os estudos, interrompidos havia muito tempo.
A história termina aqui, em 2013: Maria Helena Alves graduou-se em junho em Psicologia, com isso mudando a história de sua vida e da vida de toda sua família! A mola propulsora da transformação da dona de casa Maria Helena na Psicóloga Maria Helena foi tão somente a Oratória: o conhecimento das maravilhas que compõem o rico, extarordinário e magnífico universo da Comunicação Humana!
Por isso, proclamava o grande Rui Barbosa: "Péricles, Cícero, Mirabeau, Pitt, Gladstone, Cavour, Lincoln, Bismark, Daek, Thiers, Gambetta, que foram todos esses titãs do pensamento e da ação militante senão prodigiosas encarnações da palavra...?"
E Salomão completa: "A morte e a vida estão no poder da língua, e aquele que a ama comerá de seu fruto". (Provérbios 18, 21).

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O MENININHO QUE NÃO QUERIA VIVER NO BRASIL

Ele tinha apenas cinco anos. Fazia, singelamente, os convites para a comemoração de seu aniversário a ocorrer dentro de alguns dias. Porém, dizia sempre a seus país que não queria viver aqui. Queria voltar à sua terra natal, a Bolívia...
Fazia 6 meses que sua família, muito pobre, havia chegado ao Brasil em busca de melhores condições de vida. Moravam numa casa miserável, na Zona Leste, junto com outros humildes conterrâneos.
Seus pais, como tantos outras pessoas vindas daquele país, trabalhavam em confecção, ganhando um salário tão vil, que os aproximava da condição de escravos!
Lamentavelmente, muitos dos cerca de 400 mil bolivianos que vivem - melhor: moram em São Paulo, porque não se pode chamar viver à sua situação - passam por problemas semelhantes. Por volta de 30 mil deles são emigrantes ilegais e, por não ter documentos em ordem, não podem abrir conta em banco, tendo que guardar, por pouco tempo, é verdade, o dinheiro em casa.
Então, numa triste noite de junho, seu casebre foi tomado de assalto por seis marginais armados de revólveres e facas.
Exigiram dinheiro. E os pais do menininho lhe entregaram tudo o que tinham: R$ 4.500,00. R$ 4.500,00 que deveriam ter custado muito de seu suor e sacrifício... Mas o bando exigia mais, sob pena de matar a criança que, tremendo e chorando se aninhava no colo da mãe, Verônica.
Desesperado, o pai exibiu a carteira vazia, repetindo que não tinha mais nenhum dinheiro. Os bandidos - como sempre fazem nessas circunstâncias - berravam ameaças e palavrões, assustando ainda mais o menino, que chorava cada vez mais alto e intensamente.
Longe de se compadecer com o pânico de uma criança de tão tenra idade, os covardes bandidos se enfureceram, mantendo a arma apontada para ela. Seu débil e choroso pedido de "não me mate" foi sufocado pelo estampido de um tiro fatal!
Quem o disparou  teria razões para ter piedade: Diego Rocha Freitas Campos, de 20 anos, condenado por roubo, havia recebido o benefício da "saída temporária", para comemorar em casa, com sua genitora, o Dia das Mães e, embora devesse ter voltado à prisão no dia 13 de maio, não o fizera... O que não é nenhuma novidade: a cada ano centenas de presos assim beneficiados não cumprem o compromisso de retorno ao cárcere...! E, estranhamente, as autoridades nada fazem para sanear esse descalabro, que tem sido responsável por milhares de delitos de toda espécie!
O que restou de tudo isso foi mais uma barbaridade cometida por vagabundos sanguinários; mais uma família com uma dolorida chaga que jamais vai se fechar e mais uma vergonha para nossa justiça e para nosso país!  E, acima de tudo, uma vida estupidamente ceifada no iniciar de sua existência terrena!
Por triste e cruel ironia, Brayan Yanarico Capcha, o menininho que não queria viver no Brasil morreu no Brasil!