domingo, 19 de abril de 2015

SOBRE A MORTE DO COLEGA E AMIGO MATEUCCI


A prematura morte do querido amigo e colega Carlos Roberto Fornes Mateucci,  ocorrida ontem, dia 18, ao retornar de Itapetinga, onde participara da festa de aniversário de outro estimado colega, o Conselheiro Eli Alves da Silva, lembrou-me de texto que escrevi há muitos anos e reproduzo abaixo:

                         " MENSAGEM PARA QUEM PERDEU UM JOVEM

Tenho encontrado muitas pessoas consumindo-se por um sentimento de culpa indevido. Esta página é para elas.
Marcos, um alegre universitário de 22 anos, recebeu um pedido de seu pai: ir a uma cidade próxima para cuidar de negócios. Solícito, saltou dentro de seu carro e partiu. Algumas horas depois jazia morto, vítima de um trágico acidente. Cheio de remorso, o pai passou a culpar-se pela morte do filho: se não fosse seu pedido, ele estaria vivo...
Outras tantas pessoas vivem o mesmo drama, arrastando pesados fardos ao longo da vida: 'Se eu não tivesse dado
meu carro..', 'Se eu fosse em seu lugar...'; 'Se eu não tivesse insistido...'; 'Se'... 'Se'...

Haverá razão real para esse sentimento?

Teria o jovem Marcos morrido apenas porque saiu em viagem? Estaria vivo se estivesse em casa?
Estar vivo, então, decorre de mero detalhe geográfico: em casa permaneço vivo mas, saindo, posso morrer?
Seria nossa vida tão pouco valiosa aos olhos de Deus, que o simples fato de estar aqui ou acolá pudesse exterminá-la?
Raciocinar assim é desconsiderar nosso privilégio de 'coroa da criação' e de 'imagem e semelhança de Deus'. É assemelharmo-nos a folhas secas, que se desprendem das árvores ao sabor do vento... Seria, também, contrariar todo ensino espiritual e dos Evangelhos.

Afinal, por que morremos?

A inegável verdade é que, se partimos desta vida - seja com que idade e em que circunstâncias for -, é porque chegou o momento certo para isso! É porque o Pai nos chama de volta ao lar! Como na parábola dos trabalhadores da vinha, uns antes, outros depois (Mateus, 20).
Então, em casa ou na rua, no mar ou no ar, retornaremos pois, aqui, somos 'peregrinos e forasteiros' (II Pedro, 2:11) e é necessário que '... o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu". (Eclesiastes, 12:7).
A morte, portanto, não pode ser vista jamais como mero acaso. Ao contrário, 'Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos', proclama Davi em Salmos, 116:15, ao passo que São Paulo assegura: '... a vossa vida está escondida com Cristo em Deus' (Colossenses, 3:3).
Filho de Deus, o homem recebe contínua atenção e carinho do Pai. 'Ele tem cuidado de vós', enfatiza São Pedro (I Pedro, 5:17).
É o próprio Mestre Jesus, porém, quem conclui o assunto com tanta lógica e clareza que não deixa margem a dúvidas:

'Não se vendem dois passarinhos por uma moeda? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade do Pai... Não temais, pois: mais valeis vós de que muitos passarinhos.' (Mateus, 10:29 e 31).

Então pais, familiares, amigos e todos os que têm se julgado culpados pela perda de um jovem, tranquilizem-se; não há culpa e não houve perda, mas apenas um retorno - na hora certa, ao lugar certo - à 'casa de muitas moradas' a que iremos todos, cada um no 'tempo determinado pelo Senhor'."
         ( Publicado no livro "Inspiração Interior - Mensagens e Temas para Meditar")
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Para completar, acrescento que, em seu falar poético, assim os franceses definem a morte: "Elle est la nuit de ce jour inquiet q'on appelle vie" : "Ela é a noite desse dia inquieto a que chamamos vida". E assim como a noite é um intervalo entre dias, a morte é apenas um espaço entre vidas"! Nosso brilhante e querido colega Mateucci transcendeu esta vida, dirigindo-se à Vida Maior, em que "Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas". (Apocalipse 21:4)

domingo, 5 de abril de 2015

PÁSCOA - DOS JUDEUS E DOS CRISTÃOS

PÁSCOA - palavra derivada do hebraico "Pesach", tem o sentido de PASSAGEM. Para os judeus, representa a PASSAGEM da escravidão no Egito para a libertação. Refere-se também ao fato de que o anjo do Senhor, que tiraria a vida de todos os primogênitos no Egito (10ª praga), PASSARIA pelas casas hebreias, marcadas com o sangue do cordeiro imolado, sem vitimar seus filhos.
Para os Cristãos, tem também o sentido de PASSAGEM: da morte para a vida, pelo sangue remidor de Cristo, "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" ("Agnus Dei, qui tolli peccata mundi), como diz o Evangelho de João, 1:29.
Por tudo isso significa - para judeus e cristãos - reflexão, introspecção, elevação de alma e paz espiritual. Particularmente a nós, cristãos, remete-nos à dádiva derradeira de Cristo: "Deixo-vos a paz. A minha paz voz dou"!
Que nesse espírito de elevação espiritual  e paz íntima, vivamos a PÁSCOA!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

A DOR DE MEU AMIGO GERALDO...

Na manhã de hoje, colhido pela infausta notícia do falecimento do filho caçula de Geraldo Alckmin, pus na minha página no Facebook o que sentia no coração. Foram estas as palavras:

"De longa data, venho acompanhando Geraldo Alckmin. Mais de perto, desde que foi vice de meu amigo e irmão Mário Covas. Fui seu eleitor em todas as vezes em que se candidatou desde então. E o fiz por ver nele um modelo de politico e de cidadão: correto, ético, honesto, educado e atencioso. Sempre que me via em algum evento, fazia questão de cumprimentar-me, pelo menos com um singelo "Olá, JB".
Seu apego à família e seu carinho para com a esposa Lu e os filhos sempre foi observado e admirado por todos, até por seus oponentes políticos. Acima de tudo, porém, sempre mostrou ser um homem de fé em Deus. É esta fé no Criador que vai dar-lhe forças para suportar e - na medida do possível - superar esse duro golpe. Ele sabe que Thomaz não morreu. Apenas mudou de casa! Jesus afirmou: "Na casa de meu Pai, há muitas moradas... vou preparar-vos lugar..." Ele sabe que esse passamento é com um barco que atravessa um rio de margem a margem. Enquanto deste lado choram dizendo "Ele está partindo", do outro se alegram dizendo "Ele está chegando"!
Geraldo e Lu, pessoas espiritualizadas, sabem que "nós não somos seres terrenos tendo uma experiência espiritual; somos seres espirituais tendo uma experiência terrena". Ela pode ser mais breve ou mais longa, mas é apenas um período em nossa vida, que é eterna. Thomaz completou sua estada entre nós, e volta para a Casa Maior, para a qual todos iremos um dia.
Que Deus conforte os corações feridos de Geraldo, Lu e seus demais familiares."