sexta-feira, 28 de junho de 2013

ESTAMOS PROTESTANDO SIM! CONTRA O QUE MESMO?

Um cidadão para no centro da cidade e fica olhando para cima. Um outro chega e, curioso, começa a olhar também. Depois vem um terceiro, uma quarto e, em pouco tempo, há um considerável grupo fazendo a mesma coisa... Começam então as conjecturas: "Parece que é um sequestro relâmpago"; "acho que é alguém ameaçando pular"; "é um princípio de incêndio..."
Depois de algum tempo, o primeiro espectador abaixando a cabeça vê, surpreso, o grupo formado a seu redor. "O que vocês estão olhando?" indaga. O segundo responde: "Ué! Você é que começou a olhar pra lá, vendo alguma coisa...". "Eu? Eu só estava tentando fazer meu nariz parar de sangrar!"

Nos movimentos que tomaram conta de muitas capitais e cidades importantes e tumultuaram o país, tudo começou com protesto contra o aumento das passagens. NADA MAIS JUSTO! Em São Paulo, pagamos muito bem por um serviço muito ruim! Estudo publicado recentemente mostra que enquanto a arrecadação do sistema de transportes cresceu de R$ 3,9 bilhões em 2005 para R$ 4,5 bilhões em 2012, e o número de passageiros transportados por ano subiu de 2,5 bilhões para 2,9, a frota teve redução, no mesmo período, de 13.970 veículos! É coisa de louco! É pra revoltar qualquer um!
Ocorreu então a mais surpreendente movimentação popular dos últimos tempos! Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes demonstravam - democraticamente - sua indignação e sua reivindicação. Estavam cônscios do que queriam e do que pretendiam. Os AUTÊNTICOS manifestantes...
Entretanto, mesclados com eles - como lobos no meio de ovelhas ou como tolos na confusão - estavam dois outros tipos de participantes: os que vinham para badernar, arruaçar, depredar e roubar e que sabiam muito bem porque ali estavam; e os "inocentes inúteis", aparvalhados "Maria-vai-com-as-outras" que sequer sabiam o que estava de fato acontecendo...

O fenômeno não é novo. Há dois mil anos, quando o apóstolo São Paulo pregava em Éfeso, um certo Demétrio, que fazia nichos de prata para a deusa local, Diana, incitou a multidão contra ele e um grande tumulto se formou. Por mais de duas horas, permaneceram gritando: "Grande é a Diana dos efésios"!
O texto de Atos, capítulo 19, versículo 32, diz: "Uns pois clamavam de uma maneira, outros de outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado".

No nosso caso, derrubado o aumento das passagens, o movimento nem por isso parou! Outras bandeiras - também legítimas e defensáveis - foram empalmadas. Em certo episódio, um repórter dirigiu-se a um fervoroso manifestante: "O aumento foi cancelado. Por que você continua protestando?" "Agora é contra a PEC 37!", foi a resposta. "E o que é a PEC 37?", tornou o repórter. "Não sei, não, mas sou contra!"

Felizmente o grupo maior é aquele consciente, honesto, que respeita a ordem e o patrimônio público e privado. Protesta firma, mas democraticamente, para fazer chegar sua voz - "a voz das ruas" - aos exercentes do poder, e está cientes de que "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição"!
Parabéns a eles pela conquista e pelo DESPERTAMENTO do "Gigante adormecido"!
Parece que foi ouvida a súplica que há tempos eu vinha fazendo: que mudássemos a velha frase "que Deus nos acuda" para: "QUE DEUS NOS SACUDA!"

sábado, 22 de junho de 2013

O DISCURSO DE DILMA E O CAVALO DE TROIA!

Na guerra que mantinha contra Troia havia 10 anos, a Grécia não conseguia transpor as fortes muralhas da cidade inimiga. Construíram então um grande cavalo de madeira e o deixaram como presente para os troianos.
Presente de grego!
Os incautos troianos, sem maiores cuidados, o colocaram dentro de sua cidadela. E aí, "nas 'calada' da noite" (frase que costumava usar o ex-presidente Lula...), do interior do imenso cavalo saiu um contingente de soldados gregos, vencendo - por dentro - a resistência dos homens de Troia...

A presidente Dilma fez um longo discurso ontem, cumprimentando os "bons" manifestantes por expressarem nas ruas suas reivindicações e censurando os "maus" elementos, vândalos violentos e baderneiros. Dispôs-se, então, a "fazer sua parte": "organizar um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos", com este tríplice foco:
1°. Elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo;
2°. Destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação; e "o cavalo de Troia":
3°. Trazer, de imediato, MILHARES DE MÉDICOS DO EXTERIOR para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, SUS!

Desde os tempos de Lula, o governo tem tentado trazer 6.000 médicos de Cuba para o Brasil, sempre encontrando resistência por parte das entidades de classe da área médica e também da opinião publica. Agora, no bojo desse novo "cavalo de Troia" - e a pretexto de responder ao clamor popular -, a presidente Dilma procura, cândida e sutilmente, infiltrar no país "milhares de médicos"!
Entretanto, parece que ela tem ouvido seletivo, pois "a voz das ruas" que disse ter ouvido e estar atendendo, clamou muito mais pelo fim da corrupção, que é a origem de todas as mazelas.
Afinal, se não saísse tanto dinheiro pelo ladrão (literalmente) haveria recursos para atender todos os reclamos da população: saúde, educação, transportes, moradia, segurança e tudo mais!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

OS CÉREBROS HUMANOS E AS NEUROCIÊNCIAS

OS CÉREBROS HUMANOS?
Mas o ser humano não tem um só?
Sim, em termos. Se considerarmos o aspecto de corpo cerebral, é um só. Por séculos ele foi assim entendido: um pouco de massa cinzenta, confinada na caixa craniana e com funcionamento homogêneo. Os estudos então realizados ficavam restritos a cérebros de pessoas mortas, geralmente soldados. Portanto, exclusivamente masculinos...
O que os estudiosos da época tinham por campo de pesquisa não era mais do que uma massa inerte, estática. Em decorrência disso, muitas de suas conclusões eram baseadas em conjecturas, possibilidades, especulações...
Entretanto, o surgimento e desenvolvimento de equipamentos e procedimentos altamente sofisticados, como tomografia computadorizada e ressonância magnética viabilizou a criação de novos ramos do conhecimento científico, particularmente as chamadas neurociências!
Poder ver o funcionamento do cérebro humano em pessoas vivas, permitiu concluir que - como já afirmara Roger Sperry em 1962 - esse importante órgão é integrado por dois hemisférios, que funcionam de forma distinta! O esquerdo é sede da razão, da lógica, das coisas concretas; o direito, da emoção, da sensibilidade, das abstrações.
Então, se em vez de considerarmos a massa cerebral, considerarmos seu funcionamento, teremos DOIS CÉREBROS HUMANOS diferentes: o masculino e o feminino! O primeiro muito preso à materialidade das coisas, à concretude, sendo mais restrito; o segundo, mais subjetivo, criativo,intuitivo e expansivo.
Como consequência natural, os processos comunicacionais, neuronais e comportamentais do homem e da mulher são - em muitas situações - totalmente diferentes! Peça a um homem que relate como foi a festa de ontem e ele ficará em algumas poucas palavras. Peça a uma mulher, e prepare-se para ouvir por um bom tempo os fatos, os boatos e os detalhes...! Ah! os "detalhes tão pequenos de nós dois" - como canta o rei Roberto Carlos - que o homem nem percebeu, mas que não escapou à sintonia fina dela...
O cérebro masculino é orientado para a visão e também para ações seletivas, isoladas. Ou seja, trabalha por "monoprocessamento": uma coisa de cada vez. O feminino, age por "multiprocessamento": muitas coisas simultaneamente. E aí, ele se impacienta porque ela dispara a falar de "n" coisas ao mesmo tempo, confundindo sua mente, e ela se aborrece porque percebe que ele não está acompanhando - às vezes sequer ouvindo - o que ela está dizendo...
As neurociências, especialmente a neuropsicologia e a neuropsiquiatria, passaram a dispor de recursos e meios para ajudar na compreensão das diferenças decorrentes dessa dualidade de uso da mente. E é sobre esses aspectos que meu audiolivro "Homens são de Marte Mulheres são de Morte" e também a palestra "Homem e Mulher: as duas colunas do templo" tratam. Só que de modo leve, descontraído, unindo humor, constatações do dia a dia e fundamentações científicas!






domingo, 16 de junho de 2013

O PROTESTO e O PRETEXTO

O valor do transporte no Brasil não é barato.
Uma pessoa ter que usar três vezes o padrão de moeda do país para pagar um único bilhete é algo fora do bom senso! Tal custo deveria ser inferior a esse padrão, isto é, deveria ficar aí pelos cinquenta ou setenta e cinco centavos. Ou atingir no máximo, exagerando, um real...
Entretanto, o bilhete - que já custava o triplo dessa referência monetária - recebeu aumento de mais 20 centavos... e então o "caldo entornou", e veio o protesto!
Ora, protesto é recurso absolutamente normal dentro do sistema democrático. O protesto é ato legítimo.
Quando não concordamos com alguma imposição do poder público, podemos demonstrar nossa não aceitação protestando.
De que forma? Com passeatas, cartazes, faixas, e manifestações VERBAIS de não aceitação, de repúdio.
Entretanto, recorrer a atos de violência, quebra-quebra, destruição de bens do estado ou de particulares , agressão à ordem e à integridade de pessoas e do patrimônio - privado ou público -, não se justifica de forma alguma! Até porque o custo de reparação ou recuperação de quaisquer bens públicos será suportado por eles próprios, o povo, os famosos "contribuintes"!
O que fizeram os vândalos foi usar o PROTESTO como PRETEXTO para a anarquia e a selvageria!
Isso é inaceitável. É algo que projeta uma imagem altamente negativa do nosso país no noticiário mundial!
E aí, todo o esforço promocional para atrair turistas para o Brasil nos próximos grandes eventos internacionais vai por água abaixo. Lamentavelmente! E por causa de 20 centavos!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO E A MAGISTRATURA

Câmara Municipal de São Paulo e a Magistratura do Estado têm um encontro marcado hoje, dia 13 de junho, às 19h00, no Salão Nobre da "Casa do Povo de São Paulo".
Não será uma audiência. Será um ato solene!
Ocorre que entidade que representa toda a magistratura estadual de São Paulo - APAMAGIS, Associação Paulista de Magistrados - está comemorando  60 anos de intensa atividade em defesa de quem distribui Justiça: os Juízes e Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A Sociedade Amigos da Cidade, a mais antiga instituição de defesa da memória, tradições, emblemas e valores de São Paulo - fundada em 25 de janeiro de 1934, por Prestes Maia - não poderia deixar passar tão importante efeméride em brancas nuvens. Então, contando com apoio e iniciativa do vereador Coronel Camilo, promove a Sessão Solene de Homenagem ao Jubileu de Brilhante da APAMAGIS!
Estarão presentes, e receberão a condecoração da Ordem do Mérito Cruz do Anhembi, honraria criada pelo Decreto 52.890/72, do Governo do Estado de São Paulo, os Desembargadores Roque Mesquita, Irineu Fava e Álvaro Passos,  respectivamente Presidente, Vice-Presidente e Presidente do Conselho Consultivo da entidade, além do Corregedor Geral da Justiça Desembargador José Renato Nalini. O Presidente do Tribunal de Justiça Desembargador Ivan Sartori, já homenageado em solenidade anterior, será representado pelo Vice-Presidente do TJ Desembargador José Gaspar Gonzaga Franceschini.

O fato curioso a se se destacar é que Câmara Municipal e Magistratura têm registro histórico comum antiquíssimo, do tempo do Brasil Colônia!
Narra a história que a Câmara Municipal de São Paulo, a maior e uma das mais antigas do país, foi criada pelo Governador Geral Mem de Sá, em meados do século 16, em 1560. O detalhe é que seu funcionamento era objeto de correições periódicas em que juízes togados examinavam a documentação e aferiam o cumprimento das Ordenações do Reino, Manuelinas e, depois de 1618, Filipinas!
Hoje, pelo menos, a vinda dos "juízes togados" não será para correição, mas para congraçamento e homenagem! E para o ato, toda a sociedade paulistana está convidada!




segunda-feira, 3 de junho de 2013

DICAS DE COMUNICAÇÃO - COMO TRATAR APARTES E INTERVENÇÕES?

Com muito cuidado e atenção!
Muitos até bons oradores têm sido derrubados por um simples aparte!
Conta-se de um jovem deputado que, estreando na tribuna da Câmara Federal, discorria sobre a questão demográfica, dizendo algo como "Segundo afirma a teoria de Malthus, o crescimento da produção de alimentos é aritmética, enquanto o aumento populacional é  geométrico..." O temível Carlos Lacerda intervém: "Um aparte, nobre deputado, essa teoria não é de Thomas Malthus, mas do célebre economista inglês Sir Window". Atemorizado com a fama e a figura de Lacerda, ele conserta: "Tem razão, nobre deputado, a teoria é do célebre economista inglês Sir Window." A palavra seguinte do experiente e ferino parlamentar aniquila o discurso do jovem e inseguro deputado: "Vossa Excelência acaba de demonstrar sua ignorância sobre o assunto. Não existe nenhum economista inglês chamado Window. Window, em inglês, é apenas janela!"

Então vamos lá: uma primeira recomendação é, antes de iniciar a fala, "traçar a regra do jogo": "Peço licença para não conceder apartes, para não interromper minha linha de raciocínio. No final, abrirei espaço para perguntas". Pronto: o orador fica à vontade, sem ser descortês.

Porém, se a intervenção for inevitável, deve ser tratada com tranquilidade. Não responda de imediato. Ouça o aparte com serenidade e analise-o rapidamente. Em princípio, ele será favorável ou contrário. Na primeira hipótese, saiba recebê-lo, de modo a robustecer sua tese. Não deixe de agradecer ao aparteante, valorizando sua participação. Na segunda, procure sentir qual a intenção por trás da pergunta: provocar discussão sobre o tema? Opor-se à sua tese? Desestabilizá-lo? As duas primeiras são salutares - normalmente sinceras - e, bem trabalhadas, enriquecerão seu trabalho. A segunda é maldosa,  perigosa, predatória e vai exigir muito conhecimento do assunto sobre o qual estiver discorrendo, assim como presença de espírito e jogo de cintura! Se puder acrescentar uma pitadinha de ironia, a vitória será sua! Vamos mais uma vez a Lacerda. Procurando desqualificar seu discurso, um deputado oponente sai-se com esta: "Para mim, o que Vossa Excelência diz entra por um ouvido e sai pelo outro". Firme e tranquilamente, Lacerda retruca: "Impossível, Excelência, pois o som não se propaga na vácuo!"

Mais dicas podem ser encontradas em meu livro "Boas dicas para boas falas", disponível no site www.jboliveira.com.br