quinta-feira, 31 de maio de 2018

O QUE HÁ POR TRÁS DO MOVIMENTO DOS CAMINHONEIROS...

Acompanhando os desdobramentos dessa incrível greve dos caminhoneiros, lembrei-me de uma historinha escrita que falava de uma menina que tinha uma tartaruguinha de que muito gostava. Era seu brinquedo, seu amuleto e sua companhia...
Aí, um belo dia, a tartaruguinha morreu. A menina ficou tão desolada e inconsolável, que seu pai teve de pensar em uma forma de atenuar sua profunda tristeza.
Sugeriu que se fizesse uma grande homenagem ao animalzinho, com uma cerimônia fúnebre, incluindo velório. A ideia agradou a menininha, que enviou convite formal a todas as amiguinhas, convidando-as para o evento. À medida que as coleguinhas iam confirmando presença, seu coraçãozinho ia se conformando e até se alegrando.
Quando o grande momento estava chegando, surpresa! A tartaruguinha despertou de seu sono catalético. Estava viva!
E aí ocorreu o mais incrível: a notícia - que deveria agradar - revoltou a menininha! Não era justo! Não podia admitir que a maravilhosa cerimônia, que a empolgara e a todas as suas amiguinhas, se esvaísse no ar! E agora, depois de tão eufórica preparação, como ficariam as coisas?
A volta à vida de seu ex-animalzinho de estimação frustrou-a e estragou tudo...

No nosso caso, para exigir o atendimento a uma série de (justas) reivindicações, os caminhoneiros entraram em greve. Em pouco tempo, o movimento se alastrou por todo o território nacional e passou a comprometer o funcionamento do país! Não considerando a seriedade do movimento, o governo acenou com migalhas, simulou e divulgou resultados de "acordos" e de cessação da greve... Mas esta, em vez de se encerrar ou diminuir, aumentou. E, além disso, passou a ganhar simpatia e apoio de outros setores e até de segmentos da sociedade. Aí, à semelhança de uma bola de neve descendo a encosta, o movimento agigantou-se, gerando a paralisação de importantes áreas da indústria, do comércio e dos serviços, por serem eles - caminhoneiros - os responsáveis não apenas pelo transporte de alimentos e insumos industriais, como também do líquido vital: o combustível, em forma de óleo diesel, gasolina, etanol e querosene de aviação!
Em uma semana, praticamente todos os setores da produção e do consumo haviam chegado ao esgotamento. Desabastecidos, postos de combustível permaneciam fechados e veículos parados nas garagens. Indústrias da cidade e do campo - produtores de alimentos para exportação e para o consumo interno - lojas comerciais, escritórios, escolas, lojas, hospitais, laboratórios tudo definhava rapidamente.
Pressionado, o governo ampliou sua oferta, mas não o suficiente... o que foi oferecido na redução do preço do diesel;  o prazo de vigência do novo valor; a fixação de uma tabela de frete mínimo; a isenção de cobrança de pedágio pelo eixo suspenso, não satisfaziam os grevistas, que continuavam insensíveis. Por sua extensão no tempo e no espaço, a paralisação passou a incomodar profundamente. Até do lado dos grevistas, havendo alguns dispostos a aceitar a trégua e voltar ao trabalho e ao lar, por já não terem condições nem recursos que lhes possibilitasse permanecer parados. Esses eram duramente reprimidos, sofrendo agressões verbais e até físicas, em seu corpo e em seu veículo!
Foi assim que um motorista  de Tocantins foi arrancado da boleia de seu caminhão e agredido a socos e bofetadas. Mais grave, foi o caso de outro, que veio a óbito após ser atingido por uma pedrada!

Por fim, já "na corda, perto da lona", o governo elevou sua oferta a níveis aceitáveis e o acordo foi efetivamente fechado com os líderes do movimento! Aleluia! Acabou a greve e tudo volta ao normal! Só que não!
As estradas continuaram bloqueadas, o abastecimento não se refez, os Centros e Centrais de Abastecimento, os supermercados e as feiras continuaram sem reposição de produtos e os postos de combustíveis também. E, o pior, a violência recrudesceu nos pontos de paralisação de rodovias...

Por que, se os caminhoneiros já retornaram à atividade, ansiosos que estavam por voltar para junto da família - como mostrou uma reportagem da TV - e por retomar seu ganha-pão?!

Simples: o que há por trás do movimento dos caminhoneiros é que NÃO SÃO CAMINHONEIROS que estão hoje - selado e aceito o acordo - fazendo bloqueios, barricadas, agressões e badernas em alguns pontos! SÃO BANDIDOS! SÃO DESORDEIROS! SÃO BADERNEIROS! Tanto isso é verdade que, de 13 arruaceiros presos agora há pouco no Paraná, NENHUM É CAMINHONEIRO. Também não o eram aqueles que agrediram violentamente o motorista em Tocantins, arrancando-o da cabine de seu caminhão!

Esses que persistem em tentar manter a paralisação são apenas bandidos oportunistas, baderneiros contumazes, que não se conformaram com a volta à vida da tartaruguinha, pois a queriam morta.
E bem morta! 

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