domingo, 22 de julho de 2012

Palavras do apóstolo São Paulo à neo-evangélica Rosane Collor

INTRODUÇÃO
São Paulo foi o mais extraordinário divulgador do Evangelho. Inicialmente - ainda como Saulo de Tarso - foi um ferrenho perseguidor daqueles que, por seguirem a Cristo, passaram a ser chamados CRISTÃOS. Caindo do cavalo - literalmente - na estrada de Damasco, ele se converte ao Cristianismo e se torna seu mais fiel pregador, cobrindo, com suas viagens missionárias, praticamente todo o mundo de então.
Escreveu treze cartas, dirigindo nove a igrejas e quatro a pessoas físicas. São textos de tão intenso e consistente conteúdo que se todo o Novo Testamento se perdesse, poderia ser restaurado só por suas palavras de doutrinação, instrução, orientação, advertência e pregação evangélica.

ROSANE COLLOR
Há precisamente uma semana, a ex-primeira dama Rosane Collor, perdendo boa chance de ficar calada, fez "sérias revelações" ao Fantástico. Fantástico, aliás, que cada vez menos justifica esse título. Está mais para "Banaltástico"! Faz lembrar a alegoria do "parto da montanha":  depois de muito rugir, tremer e estrugir, a montanha deu à luz! Do parto, nasceu um rato!
Rosane, de fato, disse coisas interessantes e novas. Só que as interessantes não eram novas e as novas não eram interessantes...
Vamos ao caso. Diz a entrevistadora que Rosane "hoje se senta com a Bíblia entre as mãos em cultos evangélicos". Está, portanto,convertida ao Evangelho, sendo hoje membro da Igreja Resgatando Vidas para Cristo. Logo, deve conhecer os textos de São Paulo.
Assistindo à sua entrevista, as motivações que alegou para vir a público e os objetivos que transpareceram nas entrelinhas, pareceu-me que o Apóstolo poderia dirigir-lhe algumas das palavras de suas fortes cartas.


Talvez começasse por recomendar: "Toda a amargura e ira e cólera e gritaria e blasfêmia seja tirada de entre vós" (Efésios, 4:31). "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança: eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." (Romanos, 12: 19-21). "Pensai nas coisas que são de cima e não nas coisas que são da terra." (Colossenses, 3:2). "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa forma, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai." (Filipenses, 4:8).


Com o carinho de um evangelizador, Paulo aplicaria empatia, citando seu exemplo pessoal: "Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses, 3:13-14). Entretanto, concluiria: "Já estou crucificado com Cristo e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim." (Gálatas, 2:20).


Ressaltaria, por certo, o valor transformador da conversão espiritual: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" e concitaria: "Mas agora despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca (...) pois que já vos despistes do velho ser com os seus feitos, e vos revestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (...) E, sobre tudo isso, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição" (Colossenses, 3: 8-10 e 14). "Todas as coisas sejam feitas com amor." (I Coríntios, 16:14). "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade; não se ensoberbece; não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (I Coríntios, 13:4-7).


Quanto à crítica aos cultos estranhos que o ex-marido realizava, cabem algumas considerações. A primeira é que a Constituição Federal, em seu artigo 5°, inciso VI, declara: "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias." Assim, sob o ponto de vista legal, nada a obstar. No Brasil convivem harmônica e pacificamente os mais diversos cultos: indígenas, europeus, americanos, orientais, africanos...

Também sobre isso, São Paulo escreve: "Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor, ele está em pé ou cai; (...). Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. (...) Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. (...) De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros: antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. (...) Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. (Romanos, 14: 4-5; 10; 12-13; 22).

Aí surge o aspecto econômico-financeiro da questão. À pergunta "Essa casa onde você vive é de quem?" Rosane responde: "Essa casa, hoje ela está, ele colocou porque ele tem um débito comigo na pensão alimentícia." Entende-se, portanto, que seja dela. Na sequência, vem a questão da pensão: R$ 18.000,00. A repórter indaga: "Você acha pouco?" Ela retruca: "Pela vida que ele tem, sim. Eu vejo amigas minhas que se separaram. Tenho um caso de uma amiga minha que se separou, o marido não é ex-presidente, não é senador da república e tem uma pensão de quase R$ 40.000,00".
Não tenho procuração para defender ou atacar  quem quer que seja. Mas observo o assunto como cidadão brasileiro, telespectador e cristão. E pondero: neste país marcado por crua e cruel iniquidade social, milhões de humildes trabalhadores mantêm seu arremedo de lar com um mísero salário mínimo.Daí - não se sabe como - tiram o sustento da família e o pagamento do aluguel ou da prestação do terreninho que está pagando, lá onde Judas espetou o dedo, depois de perder a bota...! R$ 18.000,00 equivalem a quase 30 salários mínimos! Por mês! Coisa que esse brasileiro levará dois anos e meio para ganhar!

Igualmente para essa circunstância, Paulo tem algumas palavras: "Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão" (I Timóteo, 6:10-11).
Ah! E Jesus também fala a esse respeito, no Sermão do Monte:
"Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas"! (Evangelho de Mateus, 6:33).




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