A frase "dar um tiro no pé" é usada para expressar uma ação, geralmente violenta e impensada, que acaba por ferir seu próprio autor.
Na "moda" atual de incendiar ônibus "por da cá aquela palha", a expressão assenta como uma luva: o fogo nos ônibus é tiro no pé, na medida em que dificulta a movimentação das mesmas pessoas que o ateiam, numa verdadeira negação da lógica!
Em muitos dos casos - principalmente nos primeiros - a razão alegada para esse ato insano era a falta de ônibus. Aí, incendiavam alguns coletivos... e ficavam com menos ônibus ainda!
De lá para cá, os pretextos mudaram, mas a estúpida e violenta reação continua a ser igual. Na maioria dos novos casos, o motivo foi a revolta pelas perdas e danos provocados pelas enchentes.
Temos que convir que cabe "ira santa" a quem lutou para conseguir alguns bens - veículos, móveis, eletrodomésticos etc - e os vê destruídos. E não pela violência das águas, mas pela ineficácia dos órgãos públicos aos quais compete prevenir e resolver o problema. Afinal, não é preciso ter bola de cristal (existem equipamentos meteorológicos e os registros de anos anteriores...) para saber que, inexoravelmente, vai ocorrer o que ocorre TODOS OS ANOS nesse período! Não há como as autoridades (ir) responsáveis alegarem ter sido "pegas de surpresa". (A menos que recorramos à graça do falecido humorista português Raul Solnado que, em sua pantomima "A guerra", ligava para o inimigo para avisar que iriam atacá-lo no sábado, às 10 horas da manhã, de surpresa!)
A triste verdade é que só neste ano, até o dia 22 de janeiro, 21 ônibus municipais foram queimados! Isso se traduz em um prejuízo financeiro da ordem de 8,5 milhões de reais! E aí vem a pergunta: em que isso resolve a questão dos - justamente revoltados - usuários desse meio de transporte?
Muito pior, porém, e sem quaisquer paralelos, foi o ocorrido no início do mês no Maranhão. Ana Clara Santos Souza, uma inocente e doce menina de apenas SEIS ANOS, viu-se presa no ônibus estúpida e selvagemente incendiado a mando de bandidos de dentro das prisões daquele estado e teve 95% de seu corpo queimado! Isso se deu no dia 3, uma trágica sexta-feira e ela veio a falecer na segunda-feira, dia 6.
Por tudo isso, é tempo de se pôr fim a esse deplorável estado de coisas. O meio ideal seria pela conscientização das pessoas, não ateando nem permitindo que ateiem fogo nos coletivos. Outro recurso é o aumento da presença do policiamento ostensivo nos pontos críticos - já plotados e identificados - e o terceiro é o endurecimento das medidas punitivas a serem aplicadas àqueles que agem bestialmente!
O inadmissível é que a sociedade - em sua imensa maioria, ordeira e pacata - fique refém de um grupelho de seres irracionais e mal intencionados. Afinal, no aniversário de nossa cidade, importa lembrar o dístico do brasão de São Paulo: "NON DUCOR, DUCO" = "NÃO SOU CONDUZIDO, CONDUZO"!
Meu caro e digníssimo JB Oliveira, concordo com as opções citadas por você para que esse estado de coisas tenha um fim. A verdade é que essas opções, acredito eu, funcionariam como paliativos. O problema mesmo está na falta de amor. A humanidade está carente de amor. Só o amor pode vencer a multidão de pecados. Abraços.
ResponderExcluirKrys Souza, estimada amiga - perdoe-me: só hoje pude ver seu sábio e oportuno comentário. Você "matou a charada": o que ocasiona todo esse descalabro é a falta de amor! O mestre previu que isso viria a acontecer. Disse ele: "E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará" (Mateus 24,12)! Carinhoso abraço.
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